quinta-feira, 31 de março de 2011


a subversão do mito

eu escuto o canto das origens no meu oceano interior
me chamando.
mas sinto medo e por isso me amarro na segurança do meu mundo.
quero permanecer na superfície.
tenho medo.
pássaro acostumado com a gaiola tem medo de voar.

mas e se

e se eu descobrir que as sereias estão à serviço de alguém que me ama?
e se eu descobrir que não há nada a temer?
e se uma sereia, que um dia foi como eu, se recosta na borda do meu mundo para me dizer isto?

livro-me do medo e vou com as sereias
elas estão em mim
eu sou uma delas
eu estou em mim
escuto:
Vá para ti.


(paradoxalmente: se distancie de ti mesmo(a): observe-se, estranhe-se, estude-se: conheçendo a ti mesmo(a) tu irás à tua origem, indo à tua origem você será transformado(a) numa nova pessoa e voltará ao teu mundo de sempre, como "sereia", para chamar outros adormecidos)

não seja Ulisses, seja uma das sereias.