sábado, 26 de fevereiro de 2011


ANTIMONEY: contra o reinado dos grandes mercadores


"Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus"

quando Yeshua deu aos fariseus a célebre resposta, tinha diante de si a Moeda e o Homem.
A Moeda com a imagem de César.
O Homem, com a imagem de Deus¹.

o dinheiro é uma invenção criada para facilitar a troca equivalente de produtos.
nas origens era usado apenas entre mercadores.
tal equivalia a tanto.

mas agora o mundo é controlado pelos mercadores.
tudo é comércio.
todo mundo é obrigado a usar dinheiro.
tanto equivale a tal.

neste mundo as pessoas podem pensar e dizer o que quiserem, para os grandes comerciantes tanto faz: desde que usem dinheiro...

a liberdade com que os mercadores controlam tudo e todos é chamada por eles de "democracia"
a liberdade de nos livrar do controle deles é chamada de "subversão".

muita gente tenta se organizar para se ver livre do controle dos grandes mercadores, mas como continuam usando dinheiro eles continuam no controle, afinal o dinheiro é coisa deles.

mas e se tudo fosse de graça?

e se a única exigência para usufruir das coisas fosse a participação nas atividades de uma dada comunidade?
não seria o fim do reinado dos mercadores?

pois se os mercadores gostam tanto de dinheiro, que fiquem com ele.
que continuem usando dinheiro em suas trocas mas sem obrigar tudo mundo a usar.

o problema aqui é o de sempre: quem vai colocar o sino no pescoço do gato?

tudo bem, tudo bem,
o Antimoney vai.

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1- diferentemente de todos os outros cultos do mundo antigo, o pensamento hebraico proíbe o uso de imagens porque para ele nenhum artefato pode reproduzir a divindade: nós somos a imagem e semelhança de Iahweh. e mesmo assim a cada traço físico corresponde uma realidade espiritual.
e a primazia é do ouvido, isto é, do "escutar".

(tá, esquece esse "Freeconomics", eu nem li isso, usei mais pra passar a idéia da gratuidade universal: um mundo sem compras. quanto ao Antimoney a idéia não é voltar ao passado porque nunca existiu uma sociedade onde tudo fosse de graça, estamos falando aqui simplesmente de democratizar o consumo de forma radical: distribuição ao invés de compra. fim do uso de dinheiro: Tudo de graça.

além do que

a conversão de tempo em valor é uma invenção dos mercadores. a compensação do esforço não precisa ser mediada pelo dinheiro, pode ser direta. quanto ao trabalho exigido para manter o conforto sóbrio ele continua o de sempre, a mudança terá que ser de mentalidade: trabalhar para a coletividade pensando nela e não no que se pode lucrar com isto)

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a derivação final de um homem que se acha dono de si mesmo é a propriedade privada dos meios de produção, claro. aí surge um dilema: antes que tudo seja de graça é necessário que tudo pertença a todos ou antes que tudo pertença a todos é necessário que tudo seja de graça?
(ATENÇÃO: vc disse: o cara "recebe" em espécie. aí q tá, o cara não "recebe" nada: é dele. não há ninguém pra lhe dar algo que ele não já possua em comum com todos).